domingo, 11 de janeiro de 2009

PENSAR NUM PAÍS

Investir parte dos nossos tempos de domingo no convívio dos outros, ou no aconchego familiar, não pode ser à toa. Uma leitura enriquecedora promove a blindagem do espírito e prepara-o para a semana que se avizinha. Darmo-nos às reflexões das notícias apresentadas também pode ser um exercício de melhoria das nossas capacidades cognitivas. Pena é que seja triste pensar num país, já pouco dado à revelação de ideias realmente inovadoras e originais. Pior, mas muito pior, é pensar num país que pensa que pensa, a avaliar pelas figuras que nos surgem diariamente em sorrisos de bem-parecer, mas de muito pobre-ser. Sim, empobrecemos cada vez mais, se nos deixarmos levar pela monotonia do uso de instrumentos que quase substituem as nossas funções vitais. Se a maior riqueza que temos resulta na estruturação do conhecimento, que progride ao longo de toda a vida, contrariamente às capacidades físicas, porque não arremeter ainda mais na consolidação do volume de saberes? Não estamos experimentados para aceitar o desafio de pensar, ou porque desgastar o cérebro é coisa de antigamente, ou porque os modelos que os sistemas actuais de ensino incutem menos autonomia e mais tecnologia. Tudo muito ao contrário, quando, assumamos, devíamos apostar bem mais no desenvolvimento das capacidades individuais, com a memória e o raciocínio abstracto. Se fazemos é porque somos obrigados, e se pensamos é porque nem temos mais que fazer, dirão. Um vício, dirão ainda, de quem só quer matar a cabeça com trabalhos desnecessários ao bom desempenho, como se ele dependesse sobretudo do que é alheio ao homem…

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