domingo, 8 de novembro de 2009

A MAIOR RIQUEZA

A vida prodigaliza-nos com excelências nem sempre reconhecidas como imprescindíveis à beleza dos nossos dias. Estar à altura de avaliar bem as ofertas vindas sem pedidos é uma grande qualidade, que pode não «nascer» connosco, mas que deve ser educada de forma equilibrada e tendo em vista o benefício comum. De entre muitas valias vistas, uma é a família. Porque nos traz ao mundo; porque nos ensina a crescer; porque nos promove na sociedade. E nem se discutem os métodos em que tais funções decorrem, já que aqui não caberia tal tratado. São sobejamente conhecidas as linhas com que se tecem as relações de muitas famílias, que votam ao esquecimento quem fundou a sua história e que ignoram as origens numa altivez amesquinhada por interesses vizinhos da insensatez. Sabemos, também importa admitir, que muita gente nunca teve boas oportunidades de perceber o que de mais ajustado existe, por apenas conviver com a derrota e o defeito, numa postura amiga da egolatria e conducente ao progressivo isolamento que oprime muito mais em vez de criar. Com quem aprender a olhar o mundo com vistas largas e de esperança, senão com os que, logo muito antes de estarmos entre eles, já tinham um projecto de vida para nos dar. E, mesmo que sem a solidez mais promissora, porquanto sujeitos às contingências das políticas, por exemplo, bem no íntimo já havia uma história por edificar e instituir em conjunto.