Quase em época de balanços, lançamos cansaços no fogo dos últimos dias do ano, e queimamos os restos meio usados, gastos como que a prever novos lumes numa outra etapa de fé. Ano após ano, numa aventura de muitos princípios, retrocessos e outros tantos andamentos, qual sinfonia prolongada pelo apetite eufónico de uma assistência leiga, apontamos a concretização de virtudes e projectos a cada badalada dada. Sons que passam e nos transformam em seres de promessas ou de falhanços, se vistos à frente ou não, como criação de ritmos a que nem sempre damos a devida importância. Apequenados no frenesi mundano e rotineiro, porque levados numa corrente que empurra aceleradamente a um destino irrepetível, cremos nas nossas despesas como forma de nos tornarmos donos de coisas que possam perpetuar a nossa passagem por este mundo, e esquecemos a aposta mais duradoura que devíamos fazer às orientações do espírito. Não é que somos mais resultado da combinação de vontades que de matérias?
sábado, 22 de novembro de 2008
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
EM ANOS SOBRE ANOS

quinta-feira, 20 de novembro de 2008
OUVIR É DILATAR A ALMA
Os problemas nascentes auxiliam o crescimento, se deixarmos que as soluções actuem. Livres na sua procura, e reconhecendo a legítima utilidade para debelar os conflitos que surgem, encetemos a via de indagação de respostas a desequilíbrios como meio de ultrapassar desencontros e dúvidas. Tão naturais e necessárias como o ar que respiramos, a nós nos cabe sistematizar raciocínios e priorizar desenlaces para as divergências procedentes dos diálogos tidos. Nem sempre construtivos, porquanto do bom senso, não raro, arredios, até que ponto estamos aptos a avaliar a sua adequação às pessoas com quem os entretecemos? De pouco importa imputar no trabalho a responsabilidade de um colóquio mal encaminhado, ou a culpa de um falante mais exaltado, se, por uma simples pergunta, as reacções produzidas não forem calibradas ao teor das palavras empregues na demanda. Paremos para reflectir, ouvindo fundos chamados à quietação e bonança, e ajustemos os termos do nosso baú de sentenças aos proveitos moderados da conformidade com os nossos pares, por forma a promover o salutar relacionamento entre todos.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
IRONIA E SERIEDADE
É por demais sabido que necessitamos de estar ao corrente de dados comuns para os poder comentar e revelar as nossas opiniões. A vida social, mas sobretudo a vida política, recheia-nos de constantes imprevistos. Uns mais originais que outros, porquanto forma de distância das monotonias há muito reconhecidas na linguagem dos governantes. O exemplo de ontem torna-se muito grave, mistura de ironia e seriedade, num contexto austero, como foi o caso da comunicação proferida. Partiu de alguém com enormes responsabilidades na educação de uma opinião pública bem informada e esclarecida, que reclama dos seus representantes uma lucidez activa e uma consciência ponderada, perante diferentes perspectivas da realidade. Bem mais fácil seria julgar os outros pela liminar falta de seriedade, ao invés de suscitar a dissipação das dúvidas, como procedem alguns elementos de órgãos de comunicação social. Não queremos, na criação de cidadãos convictos e responsáveis, receitas palavrosas adaptadas ao caso, senão ir aprendendo com os erros ou gafes, imperdoáveis, em quem, perante os olhares vulpinos de uma assistência ávida do calor jornalístico, torce o nariz ao futuro ainda mal projectado.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
AS PALAVRAS REVELAM-NOS

segunda-feira, 17 de novembro de 2008
TEMPO A TEMPO
Um atraso no tempo pode valer reprimendas infindas; eternas insistências em alguém em perda de razões. De nada valem explicações sobre explicações, descobertos os motivos de um horário não ter sido cumprido. O que mais importa, perante a falha assumida, é saber entender o contexto em que tal sucedeu, na confirmação de que estará longe uma possível repetição. Porque somos humanos, mas que nem sempre aprendemos a esquecer, em ordem a perdoar, necessitamos de aceitar a posição voluntária do outro que solicita a compreensão e estímulo para ultrapassar o desequilíbrio. Evitar recaídas é imprescindível, sobretudo se estivermos dispostos a reconhecer que, a qualquer momento, elas podem surgir, como obstáculos que nos põem à prova como seres em crescimento.
domingo, 16 de novembro de 2008
ACENAR PARA NÃO ESQUECER

Subscrever:
Comentários (Atom)