terça-feira, 13 de janeiro de 2009

REFLECTIR PARA AGIR

Semanas após semanas, em ocupações que sucedem a trabalhos de maior ou menor monta, pouco tempo sobra para dar tempo ao tempo. Seja: não damos mais da nossa disponibilidade para pensar em nós mesmos, como elementos cruciais no tecido da cidadania, porque não nos empenhamos em considerar a montagem de raciocínios, como método capaz de materializar projectos realizáveis. Reformulamos planificações, a contento de um descuido, de um desleixo ou de uma falta de prática, dada a escassez de tempo para também investirmos mais na aprendizagem. Somos mais capazes de nos aproximarmos de um monitor de cores muito apelativas, mas de conteúdos secos, e trocamos mais rapidamente umas horas de um sono verdadeiro e retemperador por um programa televisivo de conversa oca e improcedente, mas bem paga para quem ocupa as horas dos outros em futilidades. E porque queremos fugir delas, empenhemo-nos em alicerçar o espírito com orientações irrepreensíveis e de maior agilidade, conquanto fundamentais para a condução da ordem social futura. Se, ainda hoje, a base do pensamento social que nos rege acompanha é de tempos imemoriais, porque não apostar em formar, também agora, um pensamento novo progressivamente centrado nas capacidades do ser humano e crente nas potencialidades naturais de cada um, sempre numa base de sincera e aberta confiança nas gerações vindouras?

Sem comentários: