segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

UMA DATA A CONSIDERAR

As razões históricas merecem sempre ser evocadas. E todos os compatriotas deviam estar mais envolvidos na vivência dos motivos que tornaram uma data memorável. Não basta apreciar um dia só por ser daqueles em que não se trabalha, seja santificado ou não. Nem basta deixá-lo passar, como se fosse apenas mais um na conta do calendário. Como se não tivesse nada de especial. Importa dar significado a cada dia que passa, insistimos, porque único e irrepetível, fazendo parte da nossa vida. E porque também fazemos parte de cada dia ao nosso dispor, não podemos abdicar de o preencher de realizações marcantes, favoráveis à lembrança futura. É certo que, pelo facto de sermos sobretudo memória, projectamos trajectos de vida e vamos traçando as linhas do nosso destino com as referências ganhas anteriormente. Tanto os que pouco ou nada se importam em recordar os desejos dos ascendentes, e tanto os que não balizam o seu itinerário em função do necessário rigor com que se deve encarar o futuro, estão emendados. Parecem, portanto, em desequilíbrio de papéis neste mundo, não reconhecendo na construção histórica a sua parte edificante como cidadãos empenhados. O porvir desenha-se com as linhas trazidas do passado. As datas sucedem-se e os factos dominam-se com a consciência activa de que nos pertence a parte mais importante da sintaxe social a que pertencemos.

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