terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A ESTÉTICA DO FRIO


E no frio impiedoso de um Outono fundo, estação de promessa dos gelos e geadas, já as boas-vindas foram devolvidas, com temperaturas demasiado baixas. Mais um teste à nossa capacidade de resistência, porque também ao termómetro é preciso dizer basta. Se sobe, custa suportar. Descendo, doi sentir o sangue deixar de correr livre. Que fazer para ultrapassar uma onda de baixas tempéries, entre previsões de continuidade? Ideias de uma excelente escolha de um livro para leitura, ou de uma boa conversa entre amigos, podem muito bem servir para sobrepujar o arrefecimento do ar. São as ruas despidas de multidão, as casas fechadas aos sóis distantes, os jardins tapados de branco, pela manhã, como se a beleza da geada criasse outra excelência superior à do sol. Também o aparente desagrado visual pode significar luxo, se julgarmos tudo o que é da natureza como único e preclaro. A beleza pode encontrar-se em tudo o que nos rodeia, se o nosso espírito estiver disposto a perceber a manifestação de solenidade que diariamente recebemos.

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