sábado, 6 de dezembro de 2008

PROLONGAR O REPOUSO

Um fim-de-semana prolongado é raro demais para ser desperdiçado em futilidades. Se lamentamos a escassez de tempo para pensarmos em nós, nos nossos projectos e afazeres quotidianos, verificamos quão em perda ficamos no dia em que vemos surgir a oportunidade de viver um dia sem trabalho, ou por ser uma data marcante da vida civil, religiosa ou militar de um país, ou por estarmos de férias. Seja longo ou breve, esse tempo de descanso deve ser vivido de forma mais descontraída e com maior investimento na qualidade dos contactos com os que nos são mais próximos. Não raro assistimos a queixumes de pessoas que dizem não poder acompanhar melhor os seus familiares por não terem disponibilidade para tal. Claro que não é simples distinguir os conceitos de tempo em quantidade e tempo com qualidade, este essencial para promover os equilíbrios emocionais de que tanto precisamos. Partilhamo-los, se os tivermos, em qualidade e razão da nossa forma de compreender as necessidades dos outros, que também necessitam de tempo como qualquer um. O repouso é imprescindível ao nosso crescimento como seres criadores da História, porque também ela se constrói nos intervalos. O tempo é o que de mais precioso nos foi dado, desde tempos imemoriais. Tê-lo para dá-lo, gratuita e desinteressadamente, é uma dádiva cada vez mais rara, presente nas pessoas que não correm atrás dele.

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