sábado, 13 de dezembro de 2008

A EXCELÊNCIA DO BRILHO


Enquanto os luares altos da quadra nos surgem raros e muito próximos, pedimos outra luz que aproxime ainda mais os homens e avive as relações francas e sinceras. A lição da trajectória do satélite da Terra parece-nos não nos negar que nem sempre é o Homem que procura aproximar-se do infinito. Situações há em que também ele vem ao nosso encontro, na forma natural e surpreendente de uma aurora ou de uma catástrofe. Estamos, isso sim, muito longe ainda de aceitarmos a maravilha ou a tragédia da mesma maneira. E é nesse aspecto que a Natureza, como colo pedagogo inesgotável, nos vai revelando o fascínio pelas realidades que estão para lá da que conhecemos. Ou julgamos conhecer. Não raro sobressaltados pelo imprevisto das nossas falíveis descobertas, de imediato nos acanhamos perante o espectáculo de um fenómeno incomum no nosso planeta, como se se tratasse de uma visita inesperada. Não gostamos delas, é o que é, pois arrazoamo-nos precavidos para o constante assombro dos mecanismos física e matematizados astronómicos. Vemos, então, a nossa pequenez ainda mais reduzida quando avaliada a transitoriedade das nossas afirmações e pensares. A luz mais brilhante que os nosso olhos querem fixar está sempre para lá do nosso próprio horizonte. Buscá-la é fazer crescer em nós uma fé capaz de ir ao encontro do eterno e imutável.

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