quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MEIOS A MAIS

Os meios tecnológicos disponíveis e ao alcance do Homem não são suficientes para o substituir. A avaliar por muitas pessoas que nem dispensam o telemóvel ou o correio electrónico, como meios de comunicação activa, pelo menos para contactar os amigos, os que se pensam efectivamente assim, nada escapa à comunicação. Sem se transformar numa monomania, especialmente quando, na procura de rede, uma conversa privada tem de sair à rua para acontecer, o aparelho de bolso é dos que mais mexe na bolsa de quem o usa. Para quê a queixa, se quem o usa pensa sempre mais nos imprevistos, usando-o, origina outros momentos inesperados, num ciclo fechado ininterrupto. Seria óptimo encarar assim utilidade dos aparelhos investidos de personalidade, se houvesse no seu uso um raciocínio humanizado e dialogante, capaz de ver neles uma funcionalidade recorrente e sempre ao serviço da criação e manutenção das boas relações entre as pessoas. Mas não. Não é assim que agem as pessoas atidas aos instrumentos de conversação, pois que aproveitam as falhas de bateria para apontar outras aos outros, desarmados mas abertos às explicações desinteressadas dos falhanços ocorridos. Teremos meios em excesso, para viver dependentes de uma falta de sabedoria que já devia ter nascido muito antes deles.

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