sábado, 20 de dezembro de 2008

RITOS REPISADOS

A preparação dos compromissos finais do ano, como balanços e orçamentos, para que tudo fique bem registado, são trabalhos exigentes e próprios de uma etapa que requer novos fôlegos para que nos digamos entrar descansadamente num novo ano. Sabemos que todos os registos são necessários à configuração da história das instituições, donde o reconhecimento da necessidade de um esforço suplementar, a fim de produzir coerência entre tantas provas de projectos e exercícios realizados. Papéis a mais, num quadro de burocracia progressivamente afastado daquilo que deve realmente preocupar os profissionais mais empenhados. Isto é, estamos cada vez mais distantes de estabelecer regras de trabalho capazes de favorecer e consolidar as relações de confiança que se exigem ao crescimento dos pares, em vez que inventarmos folhas para ler a destempo, que, por sua vez, reclamam outras folhas explicativas da leitura das anteriores. E assim sucessivamente. Em vez de promovermos a libertação de ordens impositivas, negativas - assim mesmo, das que são típicas de autoridades caricaturais, e de defendermos a criação autónoma e livre de arquivos, somos forçados a colaborar numa onda de repetismo e de anti-inovação, incapacitante para quem prefere propor novos desafios.

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