segunda-feira, 2 de novembro de 2009

UNIR PARA CRESCER

O diálogo favorece as trocas interpessoais de opiniões e interesses, aproximando perspectivas de maior ou menor vizinhança, consoante a mundividência própria. A atracção por uma boa conversa nasce, não raro, em momentos inusitados e desenvolve-se consoante a disponibilidade intelectual dos interlocutores. Acresce dizer que há ainda outra disponibilidade deveras importante para poder ser desconsiderada – a do tempo. Isto pressupõe admitir o abandono transitório de certas preocupações que podem interferir seriamente no intercâmbio de posições mais ou menos reflectidas. É o que se verifica nas conversas sobre a as vivências das religiões e dos respectivos papéis na explicação da procura da imortalidade, como se tudo precisasse de sentido técnico para poder estar ao alcance das nossas crenças. As religiões não são panaceias para resolver agitações nadas das querelas terrenas, nem para justificar desvios supostamente ingénuos. Auxiliam, antes, a percepção de questões deveras profundas para terem respostas instantâneas, em direcção contrária à forma de as encarar de maneira positivista. Um caso crescente nas inquietações dos homens, sempre que se vêem confrontados com a contingência de sermos contingentes, perante a inexorabilidade da vida. Poderá o nosso raciocínio alcançar uma percepção próxima capaz de percebermos a inevitabilidade do fim? Não estaremos a querer lutar contra um percurso que não cabe liminarmente à nossa vontade, exígua nos argumentos a que recorremos para tentar compreender o que de humano o transcende?

Sem comentários: