domingo, 4 de janeiro de 2009

ESTRELAS DE ESCOLHA


Para lá da rapidez com que os dias se revezam - já os primeiros deram, num ápice brusco, lugar a outros - é a violência com que as notícias do trânsito das coisas do mundo nos chegam na placidez do nosso lar. O que vem estragar a nossa paz, de maneira vertiginosa, nem parece ser tanto a perturbação trazida pelas imagens penosas e sangrentas, dadas na crueza da falta de edição, mas antes o desfalecimento das estrelas que nos iluminam. Sendo guias na nossa vida, precisamos delas para manter luzente o rumo a seguir na direcção dos nossos anseios. Porque temos sonhos, somos seres de criação e avaliamos os factos observados - ninguém pode ser chamado à neutralidade - alimentamos projectos e sustentamos desígnios com que nos identificamos, lidos nas páginas ilustres de raciocínios convincentes ou na fé dos astros. Num ou noutro campo, a sabedoria aí está à nossa espera para nos afirmarmos nas promessas entretanto estabelecidas nesta fase introdutória do ano. Olhadas as estrelas, em busca das evidências há muito procuradas, ficam-nos os caminhos a seguir, como respostas sossegadoras das nossas ansiedades perturbadoras. Quantas e quais seguir, num mundo em que a apoquentação e o delírio tomaram, de há muito, conta dos nossos itinerários. Temos escolhas a fazer. As primeiras e mais importantes moram bem dentro de nós, chamem-lhe certezas ou fantasias.

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