quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

DIRECTO À FALA

Mais que saber falar, próprio do nível cultural de uma pessoa, parece ser mais importante saber quando falar. E em que circunstâncias fazê-lo. Não raro de juízos deturpados, pelo arrastar de impressões levianas acerca desta ou daquela pessoa, somos levados a crer que muita saliva antes gasta poderia ter sido poupada se o diálogo tivesse efectivamente existido. Nada melhor que promover a conversação entre as pessoas mais directamente implicadas na resolução de um qualquer assunto, pois só assim ambos tomam consciências da dimensão do problema gerado. Caso esta iniciativa não exista, preferindo tê-la por interpostos agentes, rompe-se a lisura de atitudes e perde-se clareza na exposição e dificulta-se o processo resolutivo. É que um dos interlocutores pode concluir, com alguma margem de razão, que caberá ao outro a solução do caso. Quando unilateral, só mesmo a mediação para dar cobro aos ruídos existentes. O pior é quando a mediação foi logo à partida julgada como a melhor forma de dar desfecho a determinada dificuldade. Alimenta-se uma perda improdutiva de tempo e esvai-se a disponibilidade emotiva e racional no encontro de uma solução o mais equilibrada possível. Para evitar insistir nestes procedimentos, o mais acertado e prudente é abrir total disponibilidade para debater educadamente as origens da dúvida e encaminhar o processo no sentido de ir ao encontro do rumo mais adequado ao debelar do problema. Palavra por demais repetida, por haver pessoas a porfiar mais como parte do problema em vez de se afirmarem parte da solução.

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