sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

DESPERTAR PARA O QUE É NOVO

Ainda mal o ano começou e já estamos de fim-de-semana. O primeiro do ano. Não haverá outros dias como estes. Nunca. Pode parecer tudo muito igual, mas nada se repete linearmente. Temos de estar sempre despertos para as coisas novas de todos os dias, ainda que as tarefas não nos deixem muitos tempos de sobra para isso. Precisamos de descobrir o que se nos surge de novo, como fonte de pedagogia constante. Ver o que é irrepetível é compreender que também nós o somos, porque únicos. O que nunca foi usado requer outra relação. Tanto os dias como os objectos, ou, em posição extrema, os sentimentos coisificados, reclamam a nossa sempre alerta atenção, conquanto aprendizes das realidades. Se a quisermos entender na plenitude, então o melhor é ter os sentidos em permanente vigilância, no esforço de captar as evidências que as circunstâncias quotidianas nos vão fornecendo. A educação da nossa sensibilidade apura-se por tentativas, limando aqui e ali o que estiver a mais na inteligibilidade do que é exterior a nós. A leitura pode muito bem favorecer essa evolução, se estivermos bem identificados com os temas escolhidos. Abrir um livro bem pode ser como abrir uma porta para o conhecimento de nós mesmos, depois alargado aos outros. Despertar para as novidades é fundamental como forma de estimular os juízos, considerações e pensamentos. E é por demais aliciante, para que possamos ignorar o que decorre à nossa volta. O ritmo dado ao início de cada projecto pode fazer depender o seu sucesso, e não estar avisado pode hipotecar a agenda de apostas que, em absoluto, fizemos. Mesmo em segredo.

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