domingo, 18 de janeiro de 2009

DA FRAQUEZA OCULTA

As notícias vão-nos trazendo tristezas à saciedade. Os programas de entretenimento, quando o são na essência, deslocam-nos dessa realidade em que parece ainda não termos entrado. Ficamos perplexos com a rapidez com que os acontecimentos sucedem, e emudecemos porque não conseguimos dar respostas que satisfaçam as maiores dúvidas. Quanto à comunicação social, já nos afadigam as lamúrias de praticamente todos os sectores sociais e económicos, e as famílias vivem cenários ainda há bem pouco tempo inimaginados. Agora que a surpresa incómoda e muito desagradável de instalou, não se sabe bem por quanto tempo, reflectimos seriamente nas soluções a dar a um problema profundo. Fecham-se as portas da vida de pessoas que vemos de ambições já perdidas, uma vez sumidas as esperanças em ter um futuro melhor. E tanta vida construída em tanto sacrifício entregue a horas vivas de crença... Por documentos que substituam a realidade triste por uma fantasia que adia a solução, sem a resolver, damos a nossa palavra em troca de um punhado de arroz ou um litro de azeite, conforme relatava a reportagem da revista. E os filhos? Que crenças lhes ensinar, quando as que tínhamos se esfumaram na volúpia de uma estrutura financeira desarticulada dos tempos? Porque não é momento de refazer fantasias, empenhemos o melhor da nossa vida na plena reformulação da sintaxe dos valores relacionais, em ordem a porfiar um equilíbrio perdido.

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