quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

NASCER SEMPRE


Nascer para tudo outra vez, e sempre para as coisas novas de todos os dias. Precisamos de novos contextos facilitadores do acto de nascer para a novidade constante da vida. Reclamamos pensamentos audaciosos e decisões inspiradoras, capazes de nos elevar a outros patamares de descoberta, porque tudo parece repetido e bem fora de verdade. Queremos nascer para as relações sensatas e honestas; queremos nascer para a bondade dos gestos simples e sinceros; queremos nascer para outras tarefas de construção, mais audazes e mais claras; queremos nascer para os espaços onde se respire pureza e bem-estar; queremos nascer para os montes e vales de silêncio; queremos nascer para as palavras que alentam e infundem sossego e alma nova; queremos nascer para os olhares autênticos e para as mãos que unem; queremos nascer para acreditar num futuro melhor, crença que o presente nos tira impiedosamente; queremos nascer para o trabalho persistente e pleno de pedagogia, em que a aprendizagem decorra sem sobressaltos; queremos nascer para as obrigações familiares equilibradas; queremos nascer para as falas prudentes de estabilidade e sensatez; queremos nascer para o civismo respeitador e pleno de exemplo; queremos nascer para caminhos novos que nos conduzam a horizontes abertos, livres e renovados de esperança. Porque queremos nascer assim, façamos do Natal a festa do nosso próprio nascer, e alarguêmo-lo ao mundo dos outros que querem crescer em espírito.

Sem comentários: