terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PACTOS DE AVANÇO

A história também se vai definindo e escrevendo nas linhas de atrevimento, pessoal ou grupal. Conscientes de que o rasgo de iniciativa nem sempre é nem pode ser o mesmo, em função dos sinais colocados aos nossos olhos, por força de poderosos meios de comunicação social, cabe-nos repensar os modelos ainda vigentes como paradigmas com os dias contados. Saber se é culpa do caudal tecnológico e informativo, isso nem interessa. Mas cabe-nos a responsabilidade de estar alerta para possíveis ameaças às capacidades fundadoras dos nossos próprios caminhos. Porque sabemos ser competentes na criação de rotas pessoais, assumimos os cuidadosos desvelos no resguardo da nossa integridade como seres construtores da história. Não se trata de deitar abaixo os estabilizadores de vida que outros há muito criaram, como o emprego permanente ou uma família eternamente estável, mas antes recuperar valores que favoreçam a consolidação de posturas decentes e que dêem garantias de futuro. Alguém de chinelo roto ter-se-á sentado num sofá de mansão, e adormecido num sonho de Peter Pan, acreditando nas inspirações oníricas de terapêutica perpétua. Conhecer o mal, primeiro, para recorrer a novas formas de convalescença, usando novos métodos de tratamento, depois, parece ser o mais acertado percurso a fazer para atinarmos numa direcção promissora. Um destino colectivo não é a mera soma dos destinos individuais, mas sim a combinação de muitos projectos de matriz comum, a do interesse global e conciliador das gerações. Reformas impostas em jeito de capitulação não podem dar bons resultados, senão sustentadas por mais firmes valores de distribuição equilibrada das riquezas. São de todos e a todos pertencem.

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