quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A MÃO NO SÍTIO CERTO

Enquanto uns dias nos acordam, cinzentos, com as novas mais que rotineiras, postas à mesma hora por vozes pouco animadoras, outros abrem-se em surpresas inusitadas. Seja pelo sucedido na conclusão do dia anterior, seja pela inauguração daquele em que acordamos, somos chamados a despertar para o entendimento do que é novo, por ser raro, e, por conseguinte, mais atreito a causar estupefacção. Temos os ouvidos, primeiro, e o olhar, depois, a recuperar da inércia nocturna, dispostos a encarar as manchetes e os destaques para a reflexão das novidades faladas, escritas e televisionadas, porque os critérios jornalísticos assim o determinam. Com efeito, um caso só merece importância por ser capaz de concitar as atenções de públicos muito vastos (falamos de milhões de cidadãos) e guindado ao prime-time pelas repercussões dele advindas. Um simples caso pode afastar-se da banalidade na medida em que possibilite activar a troca de argumentos muito mais abrangentes que uma mera incompatibilidade entre um sim e um não. Ainda mais acesa pode ser a discussão, se o que está em causa é o acesso de uma equipa a uma competição desportiva de relevo mundial. Dilatado o problema, porquanto passível de interferir em esferas díspares da futebolística, porque assim o alcance mediático parece exigir, nele intervêm figuras de topo do âmbito político a esgrimir argumentos falaciosos e comprometedores das relações que se desejam de lisura. Posta a questão nestes termos, poderemos, com a força de uma comunicação social insidiosa, estar a contribuir para alimentar polémicas nascidas de situações imponderáveis, mas corrigíveis, pondo a nossa mão, outrossim, ao serviço da justeza de procedimentos, uma vez capazes de concertar soluções favoráveis ao entendimento mútuo.

Sem comentários: