A vida surpreende-nos continuamente. Pode ser numa
curva qualquer do nosso rumo, em que a escassez de largura da via pede menos ímpeto
ou a maior afoiteza na vontade de chegar pode apetecer velocidade, abrindo a
luz do itinerário para perceber melhor a paisagem. E porque de cadências se faz
qualquer viagem, consoante a gestão dos tempos próprios e dos recursos ao
dispor, vão-se trocando as mudanças à medida das condições de espaço e
segurança. Fases sobre fases do longo trajeto em curso, que vemos sempre
incompleto e também ele em mudança causada pelo avanço dos dias.
Sucessão de intenções, contentamentos e derrotas, no
que podemos acumular de cintilação onírica desde a infância, vive-se pelo
desejo de rutura de um passado triste e sofrido, mas tão limitado quanto tranquilo,
longe da altura reclamada pela pressão de milhões com expectativas no máximo.
Uma estrela, quando assim é vista à distância do
talento, mesmo nas intermitências dos ciclos, brilha para a eternidade,
porque foi desse modo inspirador que atraiu os olhares dos seguidores terrenos,
na expectativa de nunca perder o lugar na constelação dos lugares
divinizados.
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