sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

CONSTRUIR A FELICIDADE


Lutar pela felicidade, acreditando na sua conquista, mesmo a partir dos sinais quotidianos mais elementares, é razão suficiente para apostarmos a sério em nós, como pessoas capazes de edificar relações duradouras. Do fundo da essência humana, é à verdade de querer ser feliz que devemos os dias mais singulares que temos. Por isso inquietamos as rotinas e desafiamos quem sabiamente consegue perturbar o que somos, sem receios de perda. Uma certeza norteia quem acredita nela como alcance do domínio da memória afortunada: a felicidade não pode existir enquanto estivermos longe dos sentidos de partilha. E, enraizada nesse valor, ganha quem mais der, porque os créditos não dependem de finalidades numéricas, mas de intuitos de crescimento da individualidade afectiva. Parecendo raciocínio paradoxal, o encontro semântico dos termos ganhar e perder só é possível quando se participa em total doação. Estar no caminho da felicidade é compreender os horizontes do diálogo aberto e livre dos incómodos e complexos pensamentos que nos vão desviando do que é realmente fundamental. Aquilo que podemos qualificar como um jogo, em que o resultado final directo pouco ou nada conta, tem por base a conformidade dos actos de caminhar em direcção ao outro, sempre que nele vemos a projecção do temos de melhor bem dentro de nós. Estar próximo da felicidade é, portanto, aceitar as incitações sadias e fazer delas compromissos merecidos de júbilo interior, porque o contentamento nascido das palavras e gestos tem de marcar definitivamente os dias que nos restam.

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