sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O JOGO DA VIDA

Os dias com gente viva trazem, amiudadas ocasiões, apelos sérios à participação comum em iniciativas de construção mais empenhada ou divertida, consoante os contextos de profissionalidade ou convívio em que nos movemos. Responder afirmativamente nem sempre se torna numa decisão fácil de assumir, pois que a gestão das nossas disposições e humores é condicionante ao envolvimento agregado. Sabemos que não nos devemos deixar dominar pela circunstância arbitrária dos arranjos momentâneos dos comportamentos, mas devemos estar sempre atentos às necessidades de colaboração, cujo interesse parta dos que connosco se relacionam. Entre ficar ou partir, há que tomar o desafio de sairmos de nós mesmos, para alargar o círculo de relações, ainda que com os receios, mais ou menos fundados, de não ser bem aceite entre pessoas desconhecidas. Só o são até nos dispormos a deixar que o sejam, isto é, entram no nosso terreno de troca no momento em que começamos a apreciar uma qualidade que seja, valendo essa, por ser a primeira comprovada na observação, acima de quantas possam, posteriormente, surgir. É da partilha de experiências que vão emergindo as potencialidades individuais, abonadas da aceitação dos desafios em equipa. Para lá do nosso campo, há uma outra metade por onde importa entrar, na mira de poder ultrapassar uma linha de vitória, não raro de ténue distância da linha da derrota. É, pois, mais que imprescindível, saber escolher a melhor estratégia para deslaçar o aperto em que os fios da vantagem e do rombo parecem, indefinidamente, estar unidos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A MÃO NO SÍTIO CERTO

Enquanto uns dias nos acordam, cinzentos, com as novas mais que rotineiras, postas à mesma hora por vozes pouco animadoras, outros abrem-se em surpresas inusitadas. Seja pelo sucedido na conclusão do dia anterior, seja pela inauguração daquele em que acordamos, somos chamados a despertar para o entendimento do que é novo, por ser raro, e, por conseguinte, mais atreito a causar estupefacção. Temos os ouvidos, primeiro, e o olhar, depois, a recuperar da inércia nocturna, dispostos a encarar as manchetes e os destaques para a reflexão das novidades faladas, escritas e televisionadas, porque os critérios jornalísticos assim o determinam. Com efeito, um caso só merece importância por ser capaz de concitar as atenções de públicos muito vastos (falamos de milhões de cidadãos) e guindado ao prime-time pelas repercussões dele advindas. Um simples caso pode afastar-se da banalidade na medida em que possibilite activar a troca de argumentos muito mais abrangentes que uma mera incompatibilidade entre um sim e um não. Ainda mais acesa pode ser a discussão, se o que está em causa é o acesso de uma equipa a uma competição desportiva de relevo mundial. Dilatado o problema, porquanto passível de interferir em esferas díspares da futebolística, porque assim o alcance mediático parece exigir, nele intervêm figuras de topo do âmbito político a esgrimir argumentos falaciosos e comprometedores das relações que se desejam de lisura. Posta a questão nestes termos, poderemos, com a força de uma comunicação social insidiosa, estar a contribuir para alimentar polémicas nascidas de situações imponderáveis, mas corrigíveis, pondo a nossa mão, outrossim, ao serviço da justeza de procedimentos, uma vez capazes de concertar soluções favoráveis ao entendimento mútuo.