segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PROTELAR SEM ESMORECER

Porque, nas relações interpessoais e profissionais, nos vemos muito frequentemente perante o conflito de aceitar ou rejeitar determinada proposta vinda de fora, devemos procurar aprender a saber prescindir das nossas próprias perspectivas. Quando é mais importante «dar o braço a torcer», que radicalizar uma atitude e impor uma posição nem sempre de acordo com as melhores linhas de conduta. Aliás, tudo o que nasce do exagero não traz boas consequências, pelo que não é através de um comportamento radical que se formam as estruturas de relacionamento individuais ou colectivas. Confrontados com atitudes que excedem a compreensão equilibrada das diferentes situações, restam-nos duas reacções: intervir, na autoridade consignada pela hierarquia, de um modo oportuno e eficiente, ou procurar levar as partes envolvidas ao posterior entendimento dos motivos geradores deste ou daquele conflito. Melhor será mesmo dar tempo para que os contendores reflictam e procedam à reparação dos problemas por sua livre iniciativa. Nesse sentido, será preferível considerar outro tempo futuro para a resolução definitiva de um problema, não importa a amplitude do mesmo. Pior será esmorecer, deixando de sujeitar os resultados à avaliação dos mais directos intervenientes, facto que traz muito mais vantagens, ainda que em contra-ciclo face ao decurso do tempo. Numa perspectiva mais pedagógica, dar tempo pode ser até a «solução» mais adequada. Claro, se todos acordarem refazer o seu empenho em favor da melhoria dos resultados finais.

domingo, 25 de janeiro de 2009

O CONTRIBUTO NA HORA CERTA

Surpreendidos por uma fase muito crítica, no que à economia diz respeito, assaltados pela brusca perda de poder de compra, somos em crer não ter existido suficiente prudência para precaver os sobressaltos ora muito preocupantes. Parece, inclusivamente, não ter havido suficiente e consciente preparação dos que hoje se apresentam como especialistas nesta área de actuação. E que dizer de opções políticas extremamente duvidosas antes tomadas a contento de regimes orientados por normas de governação perniciosas, criando noções erradas de democracia e afastando progressivamente os cidadãos dos campos de intervenção fundamentais da vida comunitária. Uma fase já muito crítica das nossas relações como pessoas, com atitudes a roçar a descortesia, que impedem a melhor abertura nas trocas de diálogo. Momentos a exigir mais acerto e ponderação, em ordem a revelar aquelas competências interpessoais há muito desusadas, como uma boa conversa sem as pressas rotinadas de gente aflita com agendas de compromissos esvaziados em horas mortas. Saber estar presente na hora certa, com a afirmação certa, definido o dia certo para contribuir com uma garantia de fidelidade e certeza num valor acordado, pode transformar o rumo da vida de uma pessoa. Estes acontecimentos também podem funcionar como alertas à nossa própria condição de vulnerabilidade, pois sujeitos como todos aos desgastes que os tempos provocam.