sábado, 15 de novembro de 2008

CONVITE À GRATIDÃO

Um convite, por mais simples que pareça, é já um sinal de gratidão. Somos pessoas porque criamos relações, umas mais duradouras que outras, mas, porque também temos capacidade para recuperar o passado de bons momentos, refazemos parte da vida num encontro. É uma necessidade funda, em ordem a despertar linhas de harmonização das relações humanas. Porque imbuídos de princípios sólidos e dinamismo edificante, aceitamos ou recusamos uma palavra de aproximação, num dia, numa hora e num local com significado para o grupo, como forma de manter vivos antigos laços de companheirismo. Afinal, de nada serve insistir em olhar para esta vida como tarefa agastante, entediosa e árida, se não projectarmos alegrias em convívio fraterno e passível de poder ser celebrado pelos tempos fora. Devemos sentir-nos profundamente gratos, quando os amigos recordam o nosso nome e a ele associam um projecto anterior, mas que continua vivo e em desenvolvimento.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A FESTA NECESSÁRIA

O ser humano tem, na manifestação da sua alegria, uma forma de expressão da sua alma. A festa transforma-se, dessa maneira, na ritualização de um sentido de convívio e lazer que representam uma das necessidades vitais de todos. Estar presente, conversar, observar, intervir e disfrutar de uns momentos mais descontraídos, num espaço aprazível, deve ter especial significado para quem foi convidado. E só tê-lo sido já é razão suficiente para nos sentirmos felizes, porquanto parte de uma lista relativamente privada de elementos. Exceptuando as festas populares, os critérios de quem propõe a presença das pessoas são desde logo conhecidos, tendo a origem em factores de amizade e confiança. Valores tão úteis à sociedade contemporânea, que dia após dia reclama unidade e harmonia em vez dos egoísmos fúteis e inconsequentes, de onde nascem vozes sem eufonia suave; só com ritmia aparente; sem melodia atraente.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

DAR VALOR AO QUE O TEM

As relações de trabalho nem sempre se pautam pelas regras de honestidade e empatia. É cada vez mais frequente sermos confrontados com atitudes hipócritas recheadas de malvadez, nos silêncios suspeitos e levianos, quando abertamente vistos, mas surdamente amplificados em gabinetes silenciados pelos medos de quem gere os destinos desta ou daquela instituição. Ter medo por necessidade, como em outros tempos, e ter medo por incapacidade, tão peculiar agora, são duas coisas distintas, em que nem sempre fica bem distinta a distinção entre distinguir uma posição da outra - uma frase boa para um texto de entreter consciências do absurdo, infelizmente presentes nos contextos saudáveis que procuramos. Não devemos rumar, em caminhos vazios, a sentidos breves de vida, porque empobrecedores de ideais. Grandes, que os entendemos e pensamos dessa forma, querendo-os à imagem da nossa alma sem fronteiras. Ser livre também é notar os maus exemplos como inúteis, mas sem os elevar nas misérias mesquinhas quotidianas.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A CULTURA COMO CRIAÇÃO HUMANA

Quando discorremos sobre cultura, múltiplos conceitos acessórios surgem. Ficamos, até, confusos por não discernirmos muito bem sobre uma matéria tão abrangente. Exactamente por isso, devemos compreender mais as percepções dos outros que tentar impor as nossas, quando avaliamos o fenómeno cultural e opinamos sobre as suas formas e manifestações. Certo e sabido: a cultura é uma construção humana complexa, que espelha a relação do ser com o que o rodeia. Assim, a arte serve como meio de expressão dessa leitura pessoalizada das coisas e reflecte a variedade de perspectivas que cada indivíduo pode ter da realidade. Mesmo que, à luz de algum senso, possa parecer imutável, cabe ao ser humano transfigurá-la com o seu sentido criador, faculdade oferecida não tanto pela ciência, mas mais pela emoção. Esta prevalece sobre a razão, despertando a geração de sentidos novos, sempre que nos posicionamos perante uma obra digna de valor artístico. A cultura, como acto de compreensão e criação, não pode apresentar-se estática numa elite caprichosa, mas deve fazer aproximar os homens na leitura harmoniosa do mundo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

LER OS SINAIS CORRENTES

É muito importante saber ler os sinais diários e descobrir, através deles, o encaminhamento da História. Uma vez que fazemos parte dela, como construtores activos e solidários, precisamos de educar a nossa sabedoria para conseguir interpretar bem as palavras usadas em voz dos que nem sempre a têm. Compreender exige capacidade de mobilização de saberes, e agir sentido de iniciativa. O tempo de todos não se faz por arrojos isolados, nem por turvações obsessivas. Antes pela seriedade e dignidade de atitudes, moldadas numa infância equilibrada e consolidadas numa adolescência harmoniosa. Imputar nos outros o fracasso da falta de sentido de aproximação, só denota arrogância e autoritarismo, dispensáveis na formação de homens novos. Os exemplos devem sempre partir de quem mais responsabilidades têm, mesmo que os órgãos de comunicação social ainda não tenham percebido isso, não raro revelando trejeitos de parcialidade e falta de competência de leitura dos sinais correntes.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O SENTIDO DA REUNIÃO

Reunir é uma necessidade humana, como o sono e os sentidos. Congregar pessoas em função de interesses e metas comuns é tão ou mais importante que tomar decisões. Sendo em conjunto, ficam com outra consistência e captam as mais ajustadas preocupações que norteiam este ou aquele grupo. E quando todos os seus elementos vivem o mesmo espírito de consenso, os compromissos ganham agilidade e autonomia, até, rumo à efectivação das necessidades diagnosticadas. Ter o sentido de conjunto é considerar a atitude de união como fundamental para alcançar uma meta de uniformidade, no esforço de promover a harmonização de todos os implicados. As trocas de dúvidas e a partilha de resoluções podem fazer de cada projecto uma etapa de estruturação dos ideias conjuntos, pois que é na evolução dos trabalhos que a dimensão das coisas enforma. Ao conhecer as virtualidades das escolhas assumidas entre todos, poucos podem vacilar perante os desafios que paulatinamente forem surgindo, num processo vivo e naturalmente sujeito a reformulações, porque crescer significa sempre recomeçar.

domingo, 9 de novembro de 2008

PARAR É PRECISO

Domingo, dia de descanso. O dia anterior esteve agitado pelas notícias de muitos milhares revoltados pela contínua desconsideração política e social, reunidos na capital em manifestação ordeira. E hoje avalia-se o que se fez. Servirá a força das palavras para demover teimosias e consolidar a lealdade entre os profissionais da pedagogia? Ou veremos os princípios absurdos defendidos por um grupo de poder, isolados numa maioria que se deveria chamar absolutista? Terá, a sensatez dos homens, desaparecido? Como propagar o diálogo construtivo e restituidor da necessária confiança entretanto perdida? Estaremos a edificar as pontes de cidadania entre governantes e governados, procurando dar o melhor exemplo na sociedade? Paremos para reflectir, porque o tempo urge.